sexta-feira, 30 de janeiro de 2009




Foto: AFP Espanhóis fazem fila em agência de emprego do governo em Madri. (Foto: AFP)A taxa de desemprego da zona do euro aumentou para 8% em dezembro de 2008, a maior desde novembro de 2006, informou a Eurostat, agência de estatísticas da União Europeia (UE). Em dezembro de 2007, a taxa de desemprego em todos os países da União Europeia era de 7,2%. A zona do euro compreende apenas os países quem utilizam o euro como moeda.



No ano passado, o desemprego teve um crescimento gradual entre os países do bloco por conta da crise de crédito e pela diminuição da demanda em seus principais clientes internacionais.



A maior taxa de desemprego em dezembro foi registrada na Espanha, de 14,4%. Em segundo lugar vem a Letônia, com 10,4%, informou a Eurostat. As menores taxas foram registradas na Holanda (2,7%) e na Áustria (3,9%). Na Alemanha, maior economia da zona do euro, a taxa de desemprego subiu a 7,2% no último mês de 2008, de 7,1% em novembro.

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009


Com a decisão do PMDB de apoiar o Senador José Sarney para presidente do Senado, partidos que tinham empenhado apoio à candidatura de Michel Temer, começam a se deslocar para Aldo Rabelo (PCdoB). A tese, de que não se pode dar total poder ao PMDB, já ganha força na Câmara Federal, e Deputados como Arlindo Chinaglia, atual presidente, já defende o rompimento com a Candidatura de Temer.

A eleição dos candidatos José Sarney (Senado), e Michel Temer (Câmara Federal), confirmará o PMDB, como o fiel da balança em 2010 na eleição presidencial entre Dilma Rousseff e José Serra.

O que tem deixado Temer irritado é que a sua candidatura tinha saído na frente e estava praticamente consolidada com o apoio dos partidos da base aliada do governo e até entre partidos da oposição. Temer vem tentando distanciar-se da eleição do Senado e do próprio José Sarney, no entanto, esta vendo a sua eleição praticamente certa lhe escorrer pelas mãos.

O Palácio do planalto silencio-se mas nos seus corredores as orientações começam a serem dadas para o esvaziamento da candidatura de Temer, principalmente quando se anda pela Casa Civil.

A candidatura de Sarney está consolidada, e como ele só pensa em seus projetos próprios, o problema ficará para o seu colega de partido Michel Temer. Para o Planalto inclusive, essa é uma grande oportunidade de livra-se de Temer, que possui laços muito próximos dos tucanos.

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Deputado vai à justiça contra a compra de lubrificante para gays


Deputado vai à Justiça contra a
compra de lubrificante para gays
Dep. Miguel Martini
O deputado Miguel Martini, líder do PHS na Câmara, protocolou uma representação judicial contra a compra milionária de gel lubrificante pelo Ministério da Saúde. Segundo o parlamentar, o sistema de saúde no País, que está caindo aos pedaços, tem necessidades mais importantes que a compra de 15 milhões de sachês de gel lubrificante para “reduzir danos” nas relações anais e vaginais. Na representação judicial, o deputado Miguel Martini ressalta que não há nenhuma estatística ou estudo acadêmico ou cientifico comprovado, que confirme a redução das doenças sexualmente transmissíveis pelo uso de lubrificante íntimo. O custo do gel para o ministério foi de R$ 1,16 milhão.

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009





2. BC faz maior corte de juros em 5 anos e bancos vão atrás
O Banco Central correspondeu às previsões mais otimistas do mercado e cortou em 1 ponto porcentual a taxa básica de juros, na maior redução em cinco anos. O Globo informa que, logo após o anúncio, grandes bancos públicos e privados (Banco do Brasil, Caixa, Bradesco, Itaú, Unibanco e Santander) também divulgaram queda em suas taxas de emprego

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009


A Procuradoria Militar dos Estados Unidos atendeu a uma ordem do novo presidente americano, Barack Obama e pediu ainda nesta terça-feira (20) a suspensão por quatro meses de julgamentos de detentos da prisão de Guantánamo, em Cuba.
Os juízes militares devem decidir o mérito do pedido nesta quarta-feira (21). Se for aceito, o pedido congela o andamento de 21 casos, incluindo o julgamento de cinco prisioneiros acusados de envolvimento nos ataques de 11 de setembro de 2001
Os promotores argumentaram que congelar os julgamentos até 20 de maio daria tempo para a nova administração avaliar cada caso e decidir qual tribunal é o mais adequado para uma futura sentença.
No interesse da Justiça, e a pedido do presidente dos Estados Unidos e do secretário de Defesa Robert Gates, o governo solicita, respeitosamente, que as comissões militares autorizem o adiamento dos processos mencionados anteriormente até 20 de maio de 2009", afirma a moção que será apresentada nesta quarta-feira pelo juiz Cayton Trivett, do Ministério Público, a dois procuradores dos tribunais de exceção.
Um dos procuradores, Stephen Henley, é responsável pelo processo de cinco homens acusados de ajudar a organizar os atentados de 11 de setembro de 2001 em Nova York e Washington.

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

A BBC sem olhos, em Gaza

A BBC sem olhos, em Gaza
(versão completa)
Muhammad Idrees Ahmad, The Electronic Intifada, 6 January 2009

Muhammad Idrees Ahmad é militante da Spinwatch.org.
Seu blog está em Fanonite.org.
Dia 29 de fevereiro do ano passado, a página da BBC na internet mostrou um dos assessores do ministro da Defesa, deputado Matan Vilnai, ameaçando Gaza de "um holocausto". Com manchete em que se lia "Israel ameaça Gaza de 'holocausto' ", a matéria passou por nove revisões nas 12 horas seguintes. Antes do fim do dia, a manchete dizia "Militantes pró-Gaza 'arriscam-se a sofrer um desastre' ". (Depois, a matéria continuou a ser modificada, acrescida de uma nota de desculpas). Um funcionário do governo de Israel que ameace alguém de "holocausto" pareceu inadmissível, até para quem, rotineiramente invoca o mesmo espectro para afastar qualquer crítica que apareça contra o comportamento criminoso do Estado de Israel. Mas a nova versão da manchete jogou toda a responsabilidade e a culpabilidade claramente sobre os "militantes pró-Gaza".
Poder-se-ia argumentar que a radical alteração que a BBC promoveu na história refletiria a sensibilidade da rede ao tipo de pressão pela qual é bem conhecida a bem azeitada máquina do lobby israelense. Mas, como se pode demonstrar com vários exemplos, essa história só é excepcional porque, na primeira versão, o fato foi corretamente noticiado – e divulgou-se informação correta que poderia arranhar a imagem de Israel. A BBC auto censurou-se. Mais uma vez, censura reflexa.
Para encontrar provas do jornalismo vicioso que a BBC pratica, basta recolher amostras do noticiário sobre a guerra em curso entre Israel e Palestina que se vê hoje na internet. Em momento de conflito declarado, a cobertura da BBC acompanha invariavelmente o ponto de vista de Israel. Mais do que em qualquer outro aspecto, vê-se isso nos aspectos semânticos e no enfoque da reportagem. Mais do que no viés quantitativo (aspecto que foi meticulosamente examinado pelo Glasgow University Media Group, em estudo intitulado "Más notícias de Israel"), é o viés qualitativo que, de fato, encobre a realidade da situação. Isso se faz, quase sempre, construindo-se uma falsa paridade, um falso equilíbrio, falsificando-se uma isenção jornalística que iguala tudo, o poder, as culpas, a legitimidade, também do jornalismo. No atual conflito, tudo se repete.
"Líder do Hamás morto em ataque aéreo" foi a manchete na página internet da BBC, na 5ª-feira. À parte a manchete que 'legaliza' uma morte, são 14 parágrafos e a necessária referência a quatro israelenses mortos, antes da informação de que "pelo menos mais nove pessoas morreram, entre as quais quatro membros da família do líder assassinado, no bombardeio contra sua casa, no campo de refugiados de Jabaliya."
De fato, houve 16 mortos, 11 dos quais crianças; 12 feridos, 5 dos quais, crianças; 10 casas foram destruídas e mais 12 ficaram abaladas e ainda podem desabar. De fato, foi um massacre, uma carnificina.
Se o Hamás bombardeasse e matasse 28 cidadãos israelenses, dos quais, 16 crianças... a cobertura seria diferente. Seria infindável. Seria o que foi a cobertura da BBC para a evacuação dos colonos israelenses ilegalmente instalados em Gaza, em 2005, em terra roubada. Mike Sergeant, da BBC, sentado em Jerusalém, não é homem de sentimentalismos. Então, não há civis mortos na Palestina. A tragédia da Palestina é uma massa de corpos sanguinolentos que Sergeant coroa com "é clara indicação de que os militares israelenses sabem onde estão escondidos os líderes do Hamás."
"Israel reage ao ataque do Hamás," foi a manchete obscena do dia seguinte, na primeira página. Com a palavra Hamás sempre antecedida de "terroristas do" ou "militantes do" e sempre sobre imagens de corpos mutilados e destroços, o leitor médio facilmente aceita que não pode haver nada pior do que o Hamás. "Deu na internet" que a quarta mais poderosa máquina de matar do mundo está enfrentando um exército muito maior, mais cruel, mais poderoso, chamado Hamás, na Palestina. Depois, a BBC informou que, dentre outros "alvos", Israel bombardeou uma mesquita e uma família que dormia em casa.
A manchete da BBC, no mesmo dia, horas mais tarde – "Gaza enfrenta 'emergência crítica' " – foi até melhor. No texto, cita-se Maxwell Gaylard, coordenador do auxílio humanitário da ONU na região, que fala da extensão da crise humanitária. Depois, o alerta da Oxfam: a situação piora dia a dia; não há água potável, combustível, comida; os hospitais estão sobrecarregados e os esgotos vazam nas calçadas.
Em seguida, vem "o outro lado": Israel declarou, informa a BBC, que "não faltam nem comida nem remédios". Não seria difícil verificar quem mente e quem diz a verdade. Mas a investigação, nesse caso, provavelmente, violaria "o reconhecido padrão de isenção da BBC."
Há outro motivo, mais mundano, pelo qual a BBC não investigou, mas está escondido na linha do artigo.
Israel, lemos ali, "recusa-se a permitir a entrada de jornalistas internacionais em Gaza" (incluídos na proibição, é claro, jornalistas da BBC). Qualquer boa ética jornalística obrigaria a informar, na primeira linha, que ninguém sabe o que está acontecendo em Gaza. Que o jornalismo mundial alimenta-se hoje dos folhetos de propaganda distribuídos pelo exército de Israel.
O ato final da chicana vem em forma de barra lateral, na qual se contabiliza o número de Qassam disparados pelos palestinenses, por dia do conflito. Inacreditável, mas em matéria jornalística que se oferece como análise das conseqüências do bloqueio e dos bombardeios feitos por Israel, não se contabilizam os mísseis e bombas de fragmentação e de fósforo e a artilharia pesada, de Israel, que chove sobre a Palestina.
A fonte da qual a BBC recolhe suas informações isentas é o Intelligence and Terrorism Information Center, de Israel. A BBC não noticia que se trata de um instituto "privado" (um think tank), órgão do cinturão militar de propaganda israelense que, de acordo com o The Washington Post, "é diretamente ligado às lideranças militares israelenses e mantém escritório no prédio do ministério da Defesa." Falas de palestinenses, por sua vez, jamais são confiáveis e sempre aparecem entre aspas... por mais que seja facílimo verificar se são fato, ou se são propaganda comprada.
As aspas são sinal muito útil para mostrar que ali pode haver alguma mentira, algum interesse ocultado, alguma opinião pela qual a BBC não se responsabiliza. É recurso útil, se for aplicado com critério. Na BBC, não é.
Para ficarmos só num exemplo: depois da guerra do Líbano, quando a Anistia Internacional acusou os dois lados, Israel e o Hizbóllah, de terem praticado crimes de guerra, a acusação feita a Israel apareceu, na página da BBC, entre aspas. A acusação feita ao Hizbóllah... foi publicada sem aspas.
Assim, com manipulação sutil – e também com manipulação nada sutil – da linguagem, a BBC está ocultando de seus leitores a horrenda realidade da Palestina ocupada.
No léxico da reportagem da BBC, os palestinenses "morrem"; os israelenses "são mortos" ("morrer" implica causas naturais; "ser morto" implica ser assassinado... pelo Hamás); os palestinenses "provocam"; os israelenses "respondem"; os palestinenses "alegam"; os israelenses "declaram".
Além disso, escolas, mesquitas, universidade e postos de policiamento de trânsito são órgãos da "infra-estrutura do terror do Hamás"; os "militantes" "enfrentam" aviões F-16s e helicópteros Apache. O "terrorismo" é item presente no DNA dos palestinenses; os israelenses "defendem-se" – sempre, todos os dias, fora das fronteiras de Israel.
Todos os debates, comecem onde começarem e sejam quais forem os fatores ou as circunstâncias, estão relacionados com a "segurança" de Israel – os palestinos não precisam de segurança. Se se fala do muro que cerca terra anexada na Cisjordânia, só se fala da "efetividade" da barreira (de segurança). Nos casos, muito raros, em que se ouça alguma voz palestinense articulada, o debate é introduzido por matéria pré-editada, que visa a pô-la na defensiva. Quando tudo falha, sempre há o excelente argumento "da isenção". Quando a BBC não consegue acomodar os fatos em imagens, então recorre aos recursos de linguagem.
E há os contextos: a violência praticada por Israel sempre é analisada em termos de "objetivos"; a violência palestinense é sempre "absurda". O leitor médio é manipulado. E a palavra "ocupação" praticamente jamais apareceu na cobertura feita pela BBC. Nas últimas 20 matérias publicadas sobre Gaza, na página Internet da BBC, não aparece nem uma vez. E, se "ocupação" apareceu alguma vez... a expressão "Resoluções da ONU", essa, jamais foi ouvida ou lida. Na televisão é ainda pior, e o ponto de vista de Israel predomina absolutamente.
Embora seja difícil saber quem escreve os boletins que a BBC distribui, há meios para conhecer o contexto de opinião editorial no qual os jornalistas trabalham, por exemplo, em artigo do The Observer assinado pelo editor da BBC para o Oriente Médio, Jeremy Bowen – homem cujas ralas competências analíticas só se comparam à sua ignorância em matéria de história. Atrelado ao cavalo de batalha da BBC – a "isenção" – que se intromete em cada linha, Bowen acrescenta ao clichê a omissão. Não se fala em ocupação.
Bowen foi convenientemente posto em Sderot – onde foram instalados todos os jornalistas de confiança do departamento de propaganda do exército de Israel, bem longe do alcance dos rojões do Hamás, para que possam informar sem risco (e portanto com simpatia) –, e faz o que o mandaram fazer. Pelo 'outro lado', não há correspondentes para contar o que se passa nas áreas sobre as quais chovem as bombas israelenses. "Mortos entre a população civil" é ruim, mas só na medida em que impliquem "muita publicidade negativa para Israel". A partir dessa constatação, ele então conclui que "em nome da isenção, deve-se dizer que [Israel] não acerta todos os alvos que gostaria de acertar. Acertasse, o número de mortos seria muito maior." Então, especula sobre os possíveis objetivos de Israel; mas, apesar da obsessão com "os dois lados", nada diz sobre possíveis objetivos do Hamás.
Numa conferência em Londres, em 2004, um jornalista da BBC que trabalhava nos Territórios Palestinenses Ocupados contou-me que, no que tenha a ver com Israel, os parâmetros editoriais são são estreitos, que os jornalistas acabam aprendendo a adaptar as matérias para não terem problema com os editores. Ao mesmo tempo, os editores também logo aprendem a não criar problemas para os chefes e gerentes que são funcionários públicos nomeados. Desde os dias de Lord Reith, fundador da BBC, que ensinou o establishment a "confiar [que a BBC] nunca seria realmente isenta" em matéria de política internacional, a empresa tem atuado praticamente como braço de propaganda do Estado (alguma independência que tenha algum dia tido evaporou no expurgo executado por Tony Blair, no início do Inquérito Hutton).
Ao contrário do que se lê na maioria dos jornais dos EUA, cujos jornalistas mais progressistas não se cansam de elogiar a BBC, em comparação com a mídia nos EUA, a cobertura que a BBC tem dado aos eventos do Oriente Médio é pífia.
Como observou um especialista em estudo de mídia, David Miller, durante a guerra do Iraque ouviram-se menos vozes de oposição à guerra na BBC do que nos jornais norte-americanos. Estudo do Frankfurter Allgemeine Zeitung descobriu que a BBC é a empresa jornalística menos tolerante à crítica, dentre todos os jornais analisados, em cinco países.
Exatamente quando o correspondente da BBC no Iraque festejava a queda de Bagdá em termos de "Blair está vingado", o correspondente em Washington foi muito mais cauteloso na exultação: "Não há dúvidas de que o ímpeto de levar o bem, de levar valores norte-americanos ao resto do mundo, especialmente hoje, como se vê, ao Oriente Médio, está intimamente ligado ao poderio militar dos EUA."
A parcialidade da BBC na cobertura do conflito Israel-Palestina é simples reflexo da íntima afinidade que há entre sucessivos governos ingleses e Israel. Tanto Blair quanto seu successor Gordon Brown foram membros do grupo "Labour Friends of Israel". O ministro das Relações Estrangeiras, David Miliband, tem parentes que são colonos em áreas da Cisjordânia. Os três maiores escândalos de corrupção nos últimos cinco anos envolveram líderes do partido New Labour e dinheiro de milionários judeus sionistas (todos membros da confraria "Labour Friends of Israel").
Se a BBC não é imparcial, muito mais parcial é o governo inglês; a BBC apenas reflete a parcialidade 'oficial'. Apesar das pressões do lobby israelense, o ombudsman da BBC ("Independent Panel") concluiu recentemente que a cobertura da luta dos palestinenses não foi "ampla e equilibrada" e que apresentou "quadro parcial e, nesse sentido, enviesado".
Contudo, embora seja imenso o abismo que separa o mundo paralelo em que a BBC vive e os fatos que a mídia independente tem testemunhado e relatado, John Pilger escreveu: "Apesar das vozes que, na BBC, operam para tornar idênticos o ocupante e o ocupado, o ladrão e a vítima, apesar da avalanche de e-mails de elogios enviados pelos fanáticos de Sion, apesar do esforço para ocultar o empenho do Estado de Israel para destruir a Palestina, a verdade é hoje muito mais visível do que jamais foi." [fim]
O artigo original,em inglês, pode ser lido em:
http://electronicintifada.net/v2/article10122.shtml
Ou copiado/colado logo abaixo

The BBC: Eyeless in Gaza
Muhammad Idrees Ahmad, The Electronic Intifada, 6 January 2009

On 29 February last year the BBC's website reported deputy defense minister Matan Vilnai threatening a "holocaust" on Gaza. Headlined "Israel warns of Gaza 'holocaust'" the story would undergo nine revisions in the next twelve hours. Before the day was over the headline would read "Gaza militants 'risking disaster.'" (The story has since been revised again with an exculpatory note added soft-pedaling Vilnai's comments). An Israeli official threatening "holocaust" may be unpalatable to those who routinely invoke its specter to deflect criticism from the state's criminal behavior. With the "holocaust" reference redacted, the new headline shifted culpability neatly into the hands of "Gaza militants" instead.

One could argue that the BBC's radical alteration of the story reflects its susceptibility to the kind of inordinate pressure the Israel lobby's well-oiled flak machine is notorious for. However, as will be demonstrated in subsequent examples, this story is exceptional only insofar as it reported accurately in the first place something that could bear negatively on Israel's image. The norm is reflexive self-censorship.

To establish evidence of the BBC's journalistic malpractice one often has to do no more than pick a random sample of news related to the Israeli-Palestinian conflict currently on its website. In a time of conflict BBC's coverage invariably tends to the Israeli perspective, and nowhere is this reflected more than in the semantics and framing of its reportage. More so than the quantitative bias -- which was meticulously established by the Glasgow University Media Group in their study "Bad News from Israel" -- it is the qualitative tilt that obscures the reality of the situation. This is often achieved by engendering a false parity by stretching the notion of journalistic balance to encompass power, culpability, and legitimacy as well. The present conflict is no exception.

"Hamas leader killed in air strike," reads last Thursday's headline on the BBC website. Notwithstanding the propriety of extrajudicial murder, there are 14 paragraphs and the obligatory mention of the four dead Israelis before it is revealed that "at least nine other people," including the assassinated leader's family, were killed in the bombing of his home in the Jabaliya refugee camp. The actual number is 16 dead, 11 of them children; 12 more wounded, including five children; 10 houses destroyed, another 12 damaged -- a veritable slaughter. Had a Hamas bombing killed or wounded 28 Israeli citizens including 16 children you'd be sure to see endless coverage -- of the kind the BBC lavished on the disconsolate illegal settlers in 2005 as they were made to relinquish stolen land in Gaza. The BBC's Mike Sergeant, sitting in Jerusalem, would not concern himself with such sentimentality. There is no further mention of Palestinian civilian deaths. Their tragedy was no more than a sanguine message which Sergeant tells us will "be seen as an indication that the Israeli military can target key members of the Hamas leadership."

"Israel braced for Hamas response," blared the ominous headline on next day's front page. With all references to Hamas in its coverage prefixed with "militant" and invariably accompanied by images of blood and debris, the average viewer is very likely to assume the worst. It transpires what the world's fourth most powerful military is bracing itself for is merely a citizen's protest called by Hamas in the Occupied Palestinian Territories. Further on we learn that Israel has been bombing such "targets" as a mosque and a sleeping family. The BBC's next headline on the same day -- "Gaza facing 'critical emergency'" -- is an improvement. It quotes Maxwell Gaylard, the UN's chief aid coordinator for the territory, highlighting the magnitude of the humanitarian crisis. Following this is a warning from Oxfam that the situation is getting worse by the day: clean water, fuel and food in short supply, hospitals overwhelmed with casualties, raw sewage pouring into the streets.

And then we get "balance."

Israel, we learn, has claimed Gaza has "sufficient food and medicines." It of course ought to be easy to verify which of the competing claims is valid, but that presumably would violate the "usual BBC standards of impartiality." There is also a more mundane reason why the BBC won't present its own findings, but it is tucked away in the very last paragraph of the article. Israel, we learn, "is refusing to let international journalists into Gaza" including no doubt those of the BBC. Ethics of reporting would require that the BBC preface each of its reports with the disclaimer that it has no way of knowing what is going on in Gaza other than through the propaganda handouts of the Israeli military.

The final act of chicanery comes in the shape of a sidebar which lists the number of rockets fired by Palestinians for each day of the conflict. This is particularly odd in an article ostensibly about the consequences of the Israeli blockade and bombing, especially since no similar figures are produced for the number of bombs, missiles and artillery shells rained on Gaza. The source the BBC uses is the Intelligence and Terrorism Information Center based in Israel. What it does not mention however is that the "private" think tank is a conveyor belt for Israeli military propaganda which, according to The Washington Post, "has close ties with the country's military leadership and maintains an office at the Defense Ministry." Any Palestinian claim on the other hand would not appear unless enclosed in quotation marks, even if independently verifiable.

The quotation marks are a useful distancing device deployed to show that the characterization may not be one shared by the BBC. This would be understandable if their application were consistent. It isn't. To take one telling example, after the Lebanon war when both Israel and Hizballah were accused by Amnesty International of war crimes only in the case of Israel did the BBC enclose the accusation in quotation marks.

It is through these subtle -- and not so subtle -- manipulations of language that the BBC has shielded its audience from the ugly realities of occupied Palestine. In the BBC's reportage lexicon, Palestinians "die" but Israelis are "killed" (the latter implies agency, the former could have happened of natural causes); Palestinians "provoke," and Israelis "retaliate;" Palestinians make "claims," and Israelis "declare." Moreover, schools, mosques, universities and police stations are part of the "Hamas infrastructure;" militants "clash" with F-16s and Apache helicopters. "Terrorism" is inextricably linked to Palestinians but Israelis merely "defend" themselves -- invariably outside their borders. All debates, irrespective of fact or circumstance, are framed around Israel's "security" -- Palestinian security is irrelevant. If Israel's wall annexing land in the West Bank is mentioned, it is in terms of its "effectiveness." In the odd event that an articulate Palestinian voice represented, the debate is rigged with a set-up video that is meant to put them on the defensive. When all else fails, there is the reliable "both sides" argument -- if reality won't accommodate the image of an even conflict, the BBC figures, language will.

Then there's the framing: Israel's violence is always analyzed in terms of its "objectives;" and Palestinian violence is of necessity "senseless." This is no doubt how it must appear to the average reader since the word "occupation" rarely appears in the BBC's coverage. It hasn't appeared once in the last 20 stories on Gaza on its website. And if occupation is mentioned rarely, then the UN resolutions almost never. The picture is even worse on television, where the Israeli point of view predominates.

While Matan Vilnai's threat of a holocaust is consigned to the memory hole, the statement invented and attributed to the Iranian president about wiping Israel off the map is still in play. It is this double standard which also allowed the BBC to cover the story of a British Jew joining the Israeli military as a human interest story -- which may not be entirely surprising considering the BBC's man in Jerusalem, Tim Franks, is himself a graduate of Habonim Dror, a Zionist youth movement. It is this inhuman devaluation of Palestinian life that allowed the BBC at the peak of the criminal blockade in July 2007 to have two stories up on its website related to the occupied territories, both about animals -- "Israeli paratroopers swoop on pet shop to rescue rare eagles" and "Kidnapped lioness is reunited with her brother in Gaza Zoo."

While the BBC's refusal to by-line its online reports makes it hard to trace stories back to individual journalists, a revealing glimpse of the editorial context in which they work was offered by an article in The Observer by the BBC's Middle East editor Jeremy Bowen -- a man whose modest analytical skills are matched only by his historical illiteracy. With the BBC workhorse -- "both sides" -- weaved into the very headline, Bowen piles inanity upon cliche. Throughout there is no mention of an occupation. Bowen has been conveniently transported to Sderot -- an Israeli public relations ploy to "embed" journalists within range of Hamas rockets in order to make them report with empathy -- and he is happy to oblige. On the other hand there is no mention of those at the receiving end of Israel's lethal ordinance. He mentions civilian casualties only in the context of the "lot of bad publicity" they get for Israel. On the basis of this evidence, he then concludes "it is probably fair to say that [Israel] does not hit every target it wants, otherwise many more would have died." We then end with speculation on Israel's possible objectives. Despite "both sides," there is no similar scrutiny of Hamas's objectives.

At a conference in London in 2004, a BBC journalist based in the Occupied Palestinian Territories told me that when it comes to Israel the editorial parameters are so narrow that journalists soon learn to adapt their stories in order not to upset the editors. Similarly, editors likewise know not to upset their government-appointed managers. Since the days of Lord Reith, the BBC-founder who assured the establishment to "trust [the BBC] not to be really impartial," on foreign policy the corporation has acted as little more than the propaganda arm of the state (whatever independence it had once enjoyed evaporated with the purge carried out by Tony Blair in the wake of the Hutton Inquiry). Contrary to the prevailing view in the US, where progressives don't tire of comparing it favorably against US media, the BBC's record of coverage in the Middle East is dismal. As media scholar David Miller revealed, during the Iraq war the representation of antiwar voices on the BBC was even lower than on its US counterparts. A Frankfurter Allgemeine Zeitung study found the corporation to have the lowest tolerance for dissent of the media in the five countries it analyzed. Just as its correspondents in Iraq celebrated the fall of Baghdad as a "vindication" of Blair, its man in Washington Matt Frei threw all caution to the wind to exult: "There is no doubt that the desire to bring good, to bring American values to the rest of the world, and especially now in the Middle East, is especially tied up with American military power."

The BBC's partiality in the case of the Israeli-Palestinian conflict is a mere reflection of the close affinity of successive British governments with Israel. Both Blair and his successor Gordon Brown have been members of the Israel Lobby group Labour Friends of Israel. The Foreign Minister David Miliband has kin who are settlers in the West Bank. All three major influence-peddling scandals in the past five years that engulfed the leadership of the ruling New Labour party involved money from wealthy Zionist Jews (all linked to the Labour Friends of Israel). If the BBC is not impartial, then the UK government most certainly is not. The BBC, as is its wont, merely reflects the latter's tilt. This is blatant enough that despite pressure from the Israel lobby, the BBC's own Independent Panel concluded that its coverage of the Palestinian struggle was not "full and fair" and that it presented an "incomplete and in that sense misleading picture."

But the gap between the alternate reality that the BBC inhabits and the reality on the ground witnessed and relayed by independent media is so great today that it has compelled John Pilger to write: "For every BBC voice that strains to equate occupier with occupied, thief with victim, for every swarm of emails from the fanatics of Zion to those who invert the lies and describe the Israeli state's commitment to the destruction of Palestine, the truth is more powerful now than ever."

Muhammad Idrees Ahmad is a member of Spinwatch.org. He blogs at Fanonite.org.